Dia da Consciencialização da Síndrome das Pernas Inquietas, que se assinala a 23 de Setembro.
Pernas inquietas: isso é uma doença?
Esta é seguramente uma das condições médicas mais comuns das quais provavelmente nunca ouviu falar. Se calhar até se está a rir a ler estas linhas – inclusive se padecer dela.
Toda a gente conhece alguém que mexe as pernas freneticamente: no trabalho, no café, salas de espera, nos concertos, teatros e cinemas. Outros, menos que os anteriores, ainda assim, conhecem o calvário que é conviver com alguém que não consegue parar de mexer os membros sempre que vai para a cama.
O que muitos não sabem é que não é um tique nervoso, nem um traço de uma personalidade mais ansiosa. Também não é controlável e, por isso, de nada valem os olhares de censura, ou mesmo as reprimendas em público ou privado para que a pessoa pare de imediato de mexer as pernas,
A vontade irresistível de mexer as pernas, principalmente à noite, sempre que está parado, ou em repouso é um dos sintomas mais comuns da síndrome das pernas inquietas (SPI). Esta é uma doença do sistema nervoso crónica que, na sua forma mais grave, pode ser altamente debilitante e afetar de forma determinante a qualidade de vida de quem dela padece.
Pensa-se que a SPI afeta cerca de dez por cento das pessoas em todo o mundo. Surpreendido? O maior espanto é, na verdade, como é que esta condição tão prevalente no mundo continua a ser relativamente desconhecida e muito pouco compreendida por todos.
Porque é que as pessoas mexem as pernas?
O que causa uma vontade urgente e irresistível de mover as pernas são sensações desconfortáveis sentidas, como dormência intensa, comichão ou dor irradiante. A necessidade de movimentar as pernas geralmente piora durante o repouso, como estar sentado ou deitado, e alivia temporariamente com o movimento.
O que provoca a SPI?
As causas exatas da SPI ainda não são totalmente compreendidas. Acredita-se que estejam relacionadas a desequilíbrios químicos no cérebro que afetam os movimentos. Muitos estudos sugerem que pessoas com SPI possam ter uma deficiência de dopamina. Fatores como a genética, deficiência de ferro, gravidez e algumas doenças, como a doença de Parkinson, podem também desencadear ou agravar os sintomas.
Quais os impactos da SPI na vida das pessoas?
A SPI pode interferir significativamente na qualidade de vida, causando:
Dificuldades para dormir: A necessidade constante de mover as pernas interrompe o sono, levando à fadiga e irritabilidade durante o dia.
Ansiedade e depressão: A falta de sono e a frustração por não conseguir controlar os sintomas podem levar ao desenvolvimento de problemas emocionais.
Dificuldade em realizar atividades do dia a dia: A SPI pode afetar a concentração, a produtividade no trabalho e as relações sociais.
A SPI tem tratamento?
Sim. Existem diversas opções terapêuticas disponíveis, como medicação, mudanças no estilo de vida e terapias comportamentais. Não hesite em procurar ajuda médica, junto do seu médico assistente, caso se tenha identificado com algum dos sintomas referidos neste texto. Um diagnóstico preciso e um tratamento adequado podem melhorar significativamente a sua qualidade de vida.
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Fonte: Unidade Local de Saúde Médio Tejo
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