A obesidade continua a crescer em Portugal, acompanhando uma tendência global que preocupa médicos e autoridades de saúde. Apesar da sua dimensão e dos medos associados aos desafios desta doença, ainda há muitas pessoas com obesidade que vivem em silêncio e evitam procurar ajuda.
É a esse obstáculo invisível que a campanha “Quanto Pesa o Medo?” dá nome. Esta iniciativa da Novo Nordisk Portugal, em parceria com a Associação Portuguesa de Pessoas que vivem com Obesidade (ADEXO), a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM) e a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade (SPEO), visa sensibilizar as pessoas que vivem com obesidade a enfrentarem os muitos medos do impacto da doença nas suas vidas – o medo de perder a energia, a agilidade e a resistência e de desenvolver muitos outros problemas de saúde – através da procura de mais informação e ajuda médica adequada.
A campanha defende que a empatia e a compreensão pelos medos, angústias e desafios que muitos sentem perante os desafios do excesso de gordura corporal é uma parte essencial para gerir esta doença, que afeta diversos sistemas do corpo e pode comprometer seriamente a saúde física, mental e emocional. O objetivo é legitimar o impacto real, muitas vezes invisível, da obesidade no dia a dia das pessoas que vivem com obesidade e transformar esse sentimento em ação: criar espaço para conversar sobre as suas dificuldades e receios, sem julgamentos, e ganhar confiança para procurar ajuda médica.
Com a assinatura “A obesidade pesa. Mas o medo pesa ainda mais. Avance sem medos”, a campanha estará presente em televisão, nos hospitais e farmácias a nível nacional e nas plataformas digitais, remetendo para o site
www.averdadesobreopeso.pt, que reúne conteúdos informativos, testemunhos, vídeos, podcasts e ferramentas interativas, como um Localizador de Médicos, procurando desmistificar a obesidade e facilitar o acesso a apoio médico.
“É fundamental todos percebermos que a obesidade vai muito além do peso, é muito mais que um número na balança! Sabemos que as pessoas que vivem com obesidade podem desenvolver sérios problemas de saúde, além de se depararem com vários desafios no seu dia a dia. Esta realidade gera muitas vezes ansiedade e medo. Infelizmente, este é um medo muitas vezes paralisante, que as pessoas não sabem como ultrapassar. Queremos que as pessoas sintam que podem falar sobre todos os seus receios com o seu médico, sem medos”, refere José Silva Nunes, presidente da SPEO.
Paula Freitas, presidente da SPEDM adianta que a “obesidade é uma doença e como tal exige uma abordagem médica. Através desta campanha, queremos reconhecer os desafios reais das pessoas que vivem com obesidade e o papel que o médico pode ter para ajudar a ultrapassar os seus medos.”
Carlos Oliveira, presidente da ADEXO, acrescenta: “Além dos desafios e medos que diariamente invadem o quotidiano das pessoas que vivem com obesidade, o estigma é um dos maiores obstáculos para quem vive com a doença. Esta campanha mostra que ninguém está sozinho e dá coragem para dar o primeiro passo: pedir ajuda.”
Com base em evidência e numa mensagem clara de serviço público, “Quanto Pesa o Medo?” pretende reforçar a mensagem de que a obesidade é uma doença crónica e que tem tratamento. O desafio lançado é simples, mas urgente: não deixar que o medo pese mais do que a decisão de procurar apoio médico.
O impacto da obesidade em Portugal
A obesidade está relacionada com o desenvolvimento de doenças como a diabetes tipo 2, doença cardiovascular, renal, hepática e certos tipos de cancro. O aumento da carga de doenças crónicas, em particular as que estão relacionadas com o metabolismo, em muito se deve à prevalência também crescente da obesidade: atualmente, as doenças crónicas representam 86% da carga global de doença do país, com aproximadamente 2 milhões de adultos a viverem com obesidade e 67,6% da população com pré-obesidade ou obesidade, o que coloca Portugal no terceiro pior lugar na Europa. A pré-obesidade e a obesidade representam um impacto económico estimado de 4,18 mil milhões de euros anuais (1,8% do PIB) e prevê-se que triplique até 2060.