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“O Meu é Diferente do Teu”

🕒 14:19h


Campanha “O Meu é Diferente do Teu“ regressa para sensibilizar sobre os diferentes subtipos de cancro da mama





Promovida pela AstraZeneca e pela Daiichi Sankyo, a 3.ª edição da campanha “O Meu é Diferente do Teu”, tem como parceiros a associação Careca Power, a Evita, a Liga Portuguesa Contra o Cancro, a Sociedade Portuguesa de Senologia e a Sociedade Po Prtuguesa de Oncologia. Nesta edição, a campanha continua a sensibilizar sobre os diferentes subtipos de cancro da mama e ressalva uma importante mudança em saúde pública: o alargamento do programa nacional de rastreio do cancro da mama para abranger mulheres entre os 45 e os 74 anos.1

O cancro da mama é o segundo cancro mais diagnosticado no mundo e em Portugal, sendo o mais diagnosticado em mulheres.2,3 De acordo com os dados do Global Cancer Observatory, de 2022, por ano, em Portugal, são diagnosticados cerca de 8.954 novos casos de cancro da mama e morrem cerca de 2.211 pessoas com este tipo de tumor3. A mortalidade por cancro da mama tem vindo a diminuir nos países ocidentais, provavelmente em resultado de um diagnóstico mais precoce e da melhoria do tratamento.4

Na Europa, a incidência de cancro da mama tem vindo a aumentar nas mulheres jovens 45 anos).5 O alargamento do rastreio, em vigor desde março de 2025, permitirá que milhares de mulheres até agora não incluídas passem a ter acesso a exames regulares. Isto permitirá uma deteção mais precoce, o que pode levar a um melhor prognóstico da doença1.

“O cancro da mama é hoje uma doença em permanente transformação, tanto na forma como é diagnosticado como nas estratégias terapêuticas disponíveis. O facto de o rastreio nacional passar a incluir mulheres a partir dos 45 e até aos 74 anos é particularmente relevante porque responde a duas realidades distintas. Por um lado, permite chegar a mulheres mais jovens, que ainda estão em idade ativa e muitas vezes não percepcionam o seu risco; por outro, garante acompanhamento a mulheres em idades mais avançadas, que continuam vulneráveis e que até aqui ficavam fora do programa. A deteção precoce é, sem dúvida, a chave para melhorar o prognóstico e para permitir tratamentos eventualmente menos agressivos. Quanto mais cedo conseguirmos intervir, maior a probabilidade de tratamento e, em muitos casos, cura e melhor qualidade de vida das doentes”, afirma o Dr. José Luís Passos Coelho, Presidente da Sociedade Portuguesa de Oncologia.

Com o mote “Se somos todas diferentes, porque é que o nosso cancro há de ser igual?”, a Campanha “O Meu é Diferente do Teu” vem também sublinhar a existência de vários subtipos moleculares de cancro da mama, com diagnósticos, prognósticos e abordagens diferentes.

O cancro da mama pode ser classificado de acordo com o status dos recetores moleculares específicos (proteínas) na superfície das células tumorais, tais como, recetores hormonais de estrogénio e progesterona (RE e RP) e o recetor do fator de crescimento epidérmico humano tipo 2 (HER2).5 De acordo com a presença ou não destes recetores nas células tumorais, determinado por técnicas laboratoriais pela anatomia patológica, existem quatro subtipos diferentes de cancro da mama, com prognósticos diferentes e abordagens individualizadas5:
- Luminal A: É o subtipo mais prevalente que tem uma elevada expressão de recetores hormonais; menor índice de agressividade e ausência de expressão de HER2;6
- Luminal B: Com menor prevalência comparativamente ao subtipo Luminal A, o subtipo Luminal B pode ter ou não positividade para o HER2 e tende a apresentar um índice de proliferação mais elevado;6,7
- HER2+: Cresce mais rápido que os cancros Luminais e regista ausência de expressão de recetores hormonais e elevada expressão de HER2; 6,7
- Triplo negativo: Sem expressão para os RH e para o HER2. É o subtipo que regista um maior índice de agressividade. 6

Sinal da evolução científica nesta área e da mudança do paradigma de que se deve tratar a pessoa e não a doença, começam a ser reconhecidos novos perfis de diagnóstico, como o cancro da mama HER2-low (caracterizado por uma baixa expressão do biomarcador HER2).8

“Sabemos hoje que o cancro da mama é uma doença heterogénea e que não existem dois casos iguais. Esta diversidade biológica reforça a necessidade de individualizar o tratamento, adaptando-o a cada subtipo. Cada subtipo exige uma abordagem personalizada. É fundamental que as mulheres compreendam que perguntar ao médico qual é o seu tipo de cancro pode fazer toda a diferença na tomada de decisão partilhada quanto à escolha do tratamento e no prognóstico da doença. Mas para isso é crucial aumentar a literacia da população: é preciso que as mulheres entendam a importância de conhecer o seu subtipo e que estejam informadas sobre as opções que daí decorrem”, afirma a Dr.ª Gabriela Sousa, Presidente da Sociedade Portuguesa de Senologia e corrobora a Dr.ª Leonor Ribeiro, da Direção da Sociedade Portuguesa de Oncologia.

O conhecimento científico tem permitido transformar a gestão clínica do cancro da mama, mas ainda há muito por fazer ao nível da literacia. Um diagnóstico informado é meio caminho para melhores resultados.

“Com a campanha ‘O Meu é Diferente do Teu’, pretende-se sensibilizar para a importância do rastreio, mas também para esta realidade da diversidade do tipo de cancro, que tem impacto direto no dia a dia de quem recebe um diagnóstico e em toda a jornada da pessoa com cancro da mama. Só assim conseguimos promover decisões partilhadas resultando em tratamentos mais adequados ao perfil de cada pessoa”, sublinha a Dr.ª Gabriela Sousa e o Dr. Pedro Simões, da Direção da Sociedade Portuguesa de Oncologia.

A Campanha é ativada nas redes sociais com a partilha de informação útil e prática sobre os subtipos de cancro da mama, diferentes estádios da doença e outras informações relevantes, através de vídeos, testemunhos e conteúdos educativos com o objetivo de promover a prevenção, aumentar o conhecimento e dar voz a todos os que vivem com a doença.

Se lhe for diagnosticado cancro da mama, lembre-se que o seu subtipo pode ser diferente do de outra pessoa, mas conhecer essa diferença é o primeiro passo para encontrar o tratamento mais adequado. Por isso, lembre-se: “O Meu é Diferente do Teu”.


Referências

1. Liga Portuguesa Contra o Cancro. Programa de rastreio de cancro da mama. Lisboa: LPCC; 2024. Disponível em: www.ligacontracancro.pt. Consultado em outubro de 2025.
2.Globocan 2022. World Fact Sheet. Disponível em gco.iarc.who.int. Acedido em outubro de 2025.
3. Globocan 2022. Portugal Fact Sheet. Disponível em gco.iarc.who.int Acedido em outubro de 2025.
4. Registo Oncológico Nacional. (s.d.). Epidemiologia do cancro da mama. Ministério da Saúde.
Disponível em: ron.min-saude.pt. Consultado em outubro de 2025.
5. Fernandes I, et al. P. Manual de Oncologia SPO: abordagem e tratamento do cancro da mama. 1ª
edição, edit.on.lab.,lda, 2020. Disponível em:
www.sponcologia.pt. Acedido em outubro de 2025.
6. Gomes do Nascimento R, Otoni KM. Histological and molecular classification of breast cancer: what do we know? Mastology. 2020;1-8. Disponível em: www.mastology.org. Acedido em outubro de 2025.
7. Orrantia-Borunda E, et al. Subtypes of breast cancer. In: Breast Cancer: Molecular and Cellular Biology. Bethesda (MD): National Center for Biotechnology Information; 2022. p. 15–28. Disponível em: www.ncbi.nlm.nih.gov. Acedido em outubro de 2025.
8. Modi S, et al. Trastuzumab deruxtecan in previously treated
HER2-low advanced breast cancer. N Engl J Med. 2022;387(1):9-20.





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